Meu salário sumiu!
Muitas pessoas vivem um drama mensal diante do grande volume de contas a pagar, e sempre se perguntam onde foi parar seu salário? Acreditam que um dia a situação vai ser resolvida como num passe de mágica. O grande problema é que este dia de equilíbrio financeiro nunca chega, apesar de terem fé e trabalharem cada vez mais. Diante desta situação, algumas reflexões são necessárias:
Algumas causas de vivermos financeiramente descontrolados:
1- Gastar buscando satisfazer necessidades interiores.
“Porque gastais o dinheiro naquilo que não é pão? E o produto do vosso trabalho naquilo que não pode satisfazer? Ouvi-me atentamente e comei o que é bom, e a vossa alma se deleite com a gordura”. Isaias 55:2. Aqui a Palavra de Deus nos exorta a analisarmos antes de gastar o dinheiro que é ganho com muito suor, evitando usá-lo em compras que não podem satisfazer. É necessário que coloquemos diante de Deus se eu realmente preciso efetuar aquele gasto. É fato que, dificilmente se fica no “vermelho” por comida; geralmente são o supérfluos que nos “afundam” nas dívidas.
“Donde vêm as guerras e pelejas entre vós? Porventura, não vêm disto, a saber, dos vossos deleites, que nos vossos membros guerreiam? Cobiçais e nada tendes; sois invejosos e cobiçosos e não podeis alcançar; combateis e guerreais e nada tendes, porque não pedis. Pedis e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites”. Tiago 4:1 a 3. Paulo neste texto exorta aos pastores sobre a ganância por viver para o prazer. Ele narra que acontece uma guerra em nossos membros, quando estes desejam comprar algum bem de consumo. Analise se não é uma guerra interior!
Muitas vezes não descansamos enquanto não amenizamos nossa angústia interna, efetuando o nosso intento. A seqüência do texto fala de cobiçar e nada conseguir, pois tudo é feito para que pareçamos “aos outros” que somos prósperos, e isto gera uma luta interior que não pode satisfazer, pois, atendendo o apelo do consumismo, logo aparecerão outros objetos de desejo. E assim a vida financeira torna-se em desgosto e vergonha, nunca chegando ao contentamento. Nunca se acha satisfeito com nada, sempre esperando satisfazer a volúpia da gastança na próxima compra.
2- Má administração do salário.
"Pois qual de vós querendo edificar uma torre, não se assenta primeiro a fazer as contas dos gastos, para ver se tem com que a acabar? Para que não aconteça que, depois de haver posto os alicerces e não a podendo acabar, todos os que a virem comecem a escarnecer dele dizendo: Este homem começou a edificar e não pôde acabar”. Lucas 14:28 a 30. Neste relato do Senhor Jesus, temos um exemplo claro para não sairmos gastando, imaginando que o nosso dinheiro é suficiente. É comum, na maioria das vezes, fazermos cálculos somente “de cabeça”, para depois ficarmos com nossas contas estouradas, trazendo muita canseira e enfado. A proposta é que você anote suas entradas e despesas em uma planilha, a fim de ter uma visão exata se pode ou não fazer aquele gasto. Se não tenho cálculos de entradas e saídas como posso administrar com segurança?
3- Não trabalha com diligência, é preguiçoso.
“O que trabalha com mão enganosa empobrece, mas a mão dos diligentes enriquece”. Provérbios 10:4. “Ó preguiçosos, até quando ficarás deitado? Quando te levantarás do teu sono? Um pouco de sono, um pouco tosquenejando um pouco encruzando as mãos, para estar deitado, assim te sobrevirá a tua pobreza como um ladrão, e a tua necessidade, como um homem armado”. Provérbios 6:9 a 11.
Esta causa é séria, pois muitos desejam viver com abastança e não estão trabalhando com afinco para terem os recursos necessários a fim de poder bancar seu status de vida. Para os que agem desta forma, o texto declara que a pobreza o espera. Que situação miserável! Deseja, inveja, e não tem disposição para o trabalho na mesma proporção.
4- Cumulam-se de dívidas.
“Não levantarão, pois, todos estes contra ele uma parábola e um dito agudo contra ele, dizendo: Ai daquele que multiplica o que não é seu (até quando!) e daquele que se carrega a si mesmo de dívidas! Não se levantarão de repente os que hão de morder? E não despertarão os que te hão de abalar? E não lhes servirás tu de despojo? Ai daquele que ajunta em sua casa bens mal adquiridos, para pôr o seu ninho no alto, a fim de se livrar da mão do mal!”. Habacuque 2:6,7 e 9.
Um dos enganos das compras a crédito é usufruir hoje para pagar amanhã. Não é raro, mais tarde, descobrirmos que nossa dívida é maior que o valor do bem. Só em 2004, duzentos mil brasileiros descobriram com tristeza que ao pagarem seus financiamentos, possuíam um resíduo maior ou equivalente ao valor do imóvel.
Imagine a cena: depois de pagar durante quinze ou vinte anos tiveram esta desagradável surpresa, pense bem é desanimador ou não? Como o desejo é sempre maior que o salário, a melhor maneira é usar o “sistema” para nos muletar. Por isso vivemos cercados de dívidas que nos causam mal estar, canseira, desânimo e vergonha.
Como sair da escravidão financeira?
1- Reconhecendo a situação de descontrolado financeiramente.
“Irei e voltarei para o meu lugar, até que se reconheçam culpados e busquem a minha face; estando eles angustiados, de madrugada me buscarão”. Oséias 5:15. Muitos nunca terão suas finanças acertadas simplesmente por acharem que seu método vai dar certo, e continuam pela vida sempre descontentes, esperando que no mês que vem as coisas melhorem, e o mês que vem nunca chega.
2- Buscando a Deus em primeiro lugar também nas finanças.
“Mas buscai primeiro o Reino de Deus, e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas.” Mateus 6:33. “Porque deu-se a buscar a Deus nos dias de Zacarias, sábio nas visões de Deus; e, nos dias em que buscou o Senhor, Deus o fez prosperar”. II Crônicas 26:5. Há muita ignorância sobre finanças e a Palavra de Deus. Com isso há aqueles que buscam a Deus esperando que Ele lhes abençoe financeiramente, colocando o dinheiro em primeiro lugar da maneira que Jesus declarou sobre servir a dois senhores. No texto citado, é claro que a prioridade deve ser o buscar o reino e viver para a glória de Deus, não vivendo egoístamente só buscando o que lhe interessa, “isto os gentios procuram”. Como podemos viver dizendo que somos regenerados, quando o interesse visa somente nossa ganância e o próprio querer. Não é esta postura apenas um discurso de que “vivemos para Deus”?
3- Contentando-se com o que tiver.
“Não digo isto como por necessidade, porque já aprendi a contentar-me com o que tenho”. Filipenses 4:11. Umas das bênçãos da obra da graça em Cristo, onde fomos atraídos, mortos e ressuscitados; é viver a vida com contentamento. No mundo há uma busca incessante de contentamento através da luxúria, mas ter bens nuca trouxe contentamento a ninguém, pois, a sede de possuir nunca arrefece. Somente buscando na vida nova em Cristo a satisfação é que teremos real alegria e contentamento.
Para que o salário não suma, assuma diante de Deus sua necessidade de uma vida sem dívidas. Graça a todos!
Valdir Flora Batista é empresário licenciado em Teologia e fundador do Projeto Vida sem Dívidas.