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Vivo como cabeça ou cauda?

“Ele te emprestará a ti, porém tu não lhe emprestarás a ele; ele será por cabeça, e tu serás por cauda”. Deuteronômio 28:44. Temos neste versículo, o alerta de Deus para o povo de Israel sobre a desobediência à sua Palavra e a conseqüência de serem subjugados pelo estrangeiro. As comparações à cauda significam servidão. Israel passou a ser cauda das nações, sendo disperso e perseguido desde então. Queremos com este texto fazer uma analogia à condição do homem quando este não dá crédito à Palavra de Deus e age financeiramente seguindo a forma do sistema e seus desejos egoístas. Com isso, ele acaba se endividando e sendo subjugado pelos juros.

Vamos comparar esta condição à de um cachorro. Ele nasceu com cauda e acostumou-se com ela. Nascemos agindo financeiramente como cauda e não imaginamos como é viver sem ela. Estamos acostumados a sermos sempre dirigidos pelo sistema. Pensar que existe uma forma de viver sem dívidas nos é estranho e impraticável, todavia esta é a proposta das Escrituras, e nela temos o sustento necessário seguido do contentamento, o que não ocorrerá se continuarmos agindo como cauda.

Com o peso, a cauda tende a se arrastar no chão. Não será esta a condição depois de algum tempo, sempre mendigando benesses do sistema e esfolando a cauda no pagamento de altos juros, usando mal o suprimento vindo de Deus e sempre achando que precisa ganhar mais? Muitos que dizem crer no suprimento de Deus, vivem anos sendo arrastados de dívida em dívida e pensando ser o único meio de vida, pois, “se não deverem nunca terão nada”, e seguem pela vida sempre assombrados pelos credores. Esta é, realmente, uma subcondição.

A grande maioria das pessoas vive na lógica financeira do mundo. Para eles a análise é sempre em cima do bem ou mal, herdado no jardim do Éden quando Eva viu que a árvore era boa e agradável para dar entendimento. Assim, comeu do seu fruto e desde então o homem vive pelo que acha bem ou mal, certo ou errado, bem diferente do que Deus quer para seus filhos, que vivam pela sua vontade que é boa, agradável e perfeita. A perspectiva das Escrituras sobre dívidas é clara. Leia, com atenção, a primeira parte de Romanos 13:8, em várias traduções diferentes: “A ninguém fiqueis devendo coisa alguma”.(KJV) “Paguem todas as suas dívidas” (BV). “Fique fora das dívidas e não deva nada a ninguém” (AMP). Agora preste atenção neste testemunho de George Muller(1), sobre o texto:

“1 de dezembro de 1842. Durante os últimos meses, dinheiro e suprimentos continuaram a fluir sem interrupção à medida que eram necessários. Não houve excesso nem falta. Hoje, porém, nada entrou, exceto cinco shillings para o bordado. Temos apenas o suficiente para suprir nossa absoluta necessidade – leite. Não pudemos comprar a quantidade costumeira de pão. Alguém poderá perguntar, ""Porque você não compra pão a crédito? Que diferença faz se você paga imediatamente ou no fim do mês? Já que os orfanatos são o trabalho do Senhor, você não pode confiar Nele para suprir você com dinheiro para pagar as contas do açougueiro, do padeiro e do merceeiro? Afinal de contas, as coisas que você compra são necessárias para que o trabalho possa continuar”. Minha resposta é esta: Se este trabalho é o trabalho de Deus, então Ele é certamente capaz e desejoso de provê-lo.

Ele não necessariamente proverá no tempo em que nós pensamos que há necessidade. Mas quando houver necessidade real, Ele não falhará conosco. Nós podemos e devemos confiar no Senhor para nos prover com tudo quanto precisamos no presente, então não há razão para entrarmos em débitos. Eu poderia comprar uma quantidade considerável de mercadorias a crédito, mas na próxima vez em que estivéssemos em necessidade, eu me voltaria para novos créditos ao invés de me voltar para o Senhor. A fé, que é mantida e fortalecida somente pelo exercício, se tornaria cada vez mais fraca. Por fim, eu provavelmente me encontraria profundamente endividado e sem nenhuma perspectiva de sair do débito.

A fé repousa na Palavra escrita de Deus, mas não há nenhuma promessa de que ele pagará nossas dívidas. A Palavra diz:A ninguém fiqueis devendo coisa alguma”. Romanos 13:8. A promessa é dada aos Seus filhos: De maneira alguma te deixarei nunca jamais te abandonarei. Hebreus 13:5b. “Eis que ponho em Sião uma pedra angular (Cristo), eleita e preciosa; e quem nela crer não será de modo algum envergonhado”. I Pedro 2:6. Não temos base nas Escrituras para entrar em dívidas. Nosso alvo é mostrar ao mundo e à Igreja que, mesmo nestes maus últimos dias, Deus está pronto para ajudar, confortas e responder às orações dos que Nele crêem. Não precisamos ir aos nossos companheiros ou aos caminhos do mundo. Deus é tanto capaz quanto desejoso de nos suprir com tudo que precisarmos no Seu serviço”.

Vejo que quando vamos realizar um negócio, analisamos se é vantajoso ou não, usando a ótica do certo ou errado, por isso entramos em compras que supostamente não tem juros. Entretanto, saiba disso com certeza: sempre há juros embutidos e, às vezes, deixamos o dinheiro na poupança que rende em média 1% para pagar cerca de 5% no suposto “sem juros”. É uma tremenda tolice.

No caso de um consórcio, por exemplo, as financeiras cobram 17% para taxa de administração. Penso que é viver como cauda, pois como não sabemos administrar, precisamos pagar para o Sistema cuidar de nosso dinheiro e pagamos 17% ao banco. Na hora de devolver 10% ao Senhor no dízimo, achamos injusto da parte de Deus. Quando não dependo de Deus, preciso da muleta salvadora do sistema. Em um financiamento de imóvel, nos é oferecida uma solução imediata, pois basta assinar um contrato e já “possuímos” o imóvel. A prestação é geralmente pequena, e imaginamos que poderemos pagar tranqüilamente durante os próximos 25 anos.

Porém, o que não está claro no contrato, é que quase sempre o pagamento mensal só abate os juros, sendo que a dívida continua sendo a mesma ou sobe, pois o metro da construção está subindo e alguém vai ter que pagar esta diferença. No suposto final dos 25 anos, aparece um novo elemento na dívida, o resíduo, sendo que em uma conta fácil de fazer a pessoa já pagou três vezes o valor que consegue vender aquele imóvel. É viver como cauda ou não? E sempre será assim, pois a lógica do mundo resulta em desilusão e canseira, enquanto que a Palavra foi escrita para vivermos equilibrados em um mundo de desequilíbrio, aparência e ganância.

Quando Jonas estava no navio fugindo da presença de Deus, os tripulantes tiveram que jogar os pesos fora para que o navio não afundasse, e por fim tiveram que jogar o próprio Jonas. Possivelmente você está tendo algum peso que em breve fará seu navio financeiro afundar. Talvez seja um carro financiado, um apartamento, um aluguel acima de suas posses num lugar socialmente bom, mas fora de seu padrão, ou ainda gastos para parecer aos outros que você está progredindo... Saiba que viver como cauda é maldição. Reflita sobre isso e peça arrependimento por estar fora dos planos de Deus.

Cera ocasião, quando eu expunha a palavra sobre a importância de viver sendo cabeça e não cauda, alguém retrucou: ”Eu sou contra este radicalismo de não comprar nada a prazo!” A isto respondi; Acaso Deus tem duas palavras? Sua palavra é “sim, sim e não, não”! Nossa dificuldade é estarmos acostumados a andar como cauda, e por isso não há desejo de mudança. E, como não quero mudar, não creio como está escrito claramente na Palavra. Todo o sistema financeiro visa nos enganar, e nós sempre queremos levar vantagem. Quando aparece uma chance de conseguir algo, de início parece vantajoso, porém, o desgosto é maior que o prazer de desfrutar daquele propenso bem. Quando andamos por nossa cabeça, na realidade estamos sendo cauda.

Vejamos o texto de II Reis 4: 1 a 7. Um dos homens que trabalhava junto com os profetas havia morrido, sua esposa estava na miséria e os filhos para serem levados como escravos a fim de saldar a dívida. Nisto a mulher clamou ajuda ao profeta Eliseu, e este lhe perguntou o que ela ainda possuía. Ela respondeu que somente uma botija de azeite. Eliseu pediu que fosse até os vizinhos e trouxesse todas as vasilhas possíveis e o azeite e as encheu com azeite. Com a venda do mesmo, o profeta disse no versículo 7; “Vai, vende o azeite e paga as suas dívidas; e tu e teus filhos vivei do resto”.

Vamos analisar este texto: o homem da casa havia morrido e não sabemos se havia deixado dívida ou se a mulher depois de sua morte não soubera comandar a casa. Vai aqui um alerta: é necessário que as mulheres saibam cuidar das finanças e não deixem tudo nas mãos dos homens. Vemos que a dívida realmente leva os homens à escravidão, como no caso dos filhos da mulher. Outra questão: o azeite simboliza a unção do Espírito. A mulher ainda possuía um pouco de fé e através desta fé pôde colocar a confiança em Deus e houve a multiplicação e a libertação da condição de escravidão e miséria. Você pode estar pensando que não há solução, e que tem uma fé pequena, saiba que não precisamos de uma grande fé e sim colocar esta fé em um grande Deus para que Ele nos liberte da escravidão do desequilíbrio financeiro.

A Palavra de Deus diz em Efésios 4:28: “Aquele que furtava não furte mais; antes, trabalhe, fazendo com as mãos o que é bom, para que tenha o que repartir com o que tiver necessidade”. Queremos ressaltar aqui a questão de repartir com o que tiver necessidade. Quando o homem está na condição de escravo do sistema, o dinheiro nunca é suficiente para satisfazer seu egoísmo, portanto, nunca há dinheiro para ajudar os que necessitam. A Palavra declara em Atos 20:35: “Mais bem-aventurado é dar que receber”. Porém, como dar se eu estou na condição de precisar receber, e receber muito, para sanear meu descontrole!

Nesta rasteira condição de auto-dependente, o dízimo se torna uma tortura, pois como dar o dízimo a Deus, que não manda cobradores? Melhor é pagar os credores que batem à nossa porta. Certo amigo me confidenciou: não consigo dar o dízimo, pois nunca sobra, sei que Deus me perdoa e ainda perguntou: dízimo não será ordenança do Velho Testamento? Veja como temos como tentar escapar da verdade da Palavra de Deus, criando nossa teologia própria, e assim poder amenizar nossa consciência. O dízimo é uma dádiva onde vemos a mão do Pai nos abençoando através da liberalidade que Ele mesmo pôs em nosso coração. Outro detalhe: damos o dízimo e não temos liberdade para gastar o restante naquilo que nos agrada, mas precisamos pedir orientação de Deus para usar o restante de uma forma equilibrada.

Louis Frankenberg(2) escreveu que é mais fácil fazer regime que mudar os velhos hábitos financeiros, porém, nós temos a graça de Deus que mandou seu filho Jesus para nos libertar de todas as amarras deste mundo perverso e nos fazer viver dependentes da vida nova em Cristo e agir como o cabeça, que é Cristo, e sermos livres da condição de cauda.

Que a graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo sejam com vós todos.

(1) George Muller foi um evangelista do século XIX que fundou e coordenou orfanatos para mais de 10.000 crianças em Bristol, Inglaterra.
(2) Louis Frankenberg é formado em Ciências contábeis pela PUC de Porto Alegre. É autor do livro “Seu futuro financeiro. Você é o maior responsável”, pela Editora Campus.


Valdir Flora Batista é empresário licenciado em Teologia e fundador do Projeto Vida sem Dívidas.